O QUE É O CUCA?



CUCA significa Centro/Circuito Universitário de Cultura e Arte, embora integre não apenas estudantes universitários, mas também jovens do ensino médio, artistas, produtores culturais e uma diversa gama de entusiastas da cultura que encontram no movimento o diálogo entre a cultura, arte e política, na sociedade.
O CUCA, mais do que compilar e acompanhar a realidade da produção cultural nas universidades brasileiras, conseguiu ser a marca maior de uma transformação profunda na própria realidade do movimento estudantil.
O circuito surgiu com o desafio de potencializar e incentivar a produção cultural desenvolvida pelos jovens artistas. Ao longo dos anos, a ideia foi amadurecendo e se transformando em um processo que se estende para além das universidades. Trata-se de uma rede com núcleos em 15 estados brasileiros, que promove ações em diversas linguagens como audiovisual, artes plásticas, literatura, teatro e música e também abraça a diversidade dentro da unidade do próprio movimento.
O CUCA deve ser entendido como uma complementaridade entre cultura e educação em prol da formação universal e cidadã dos indivíduos. A produção cultural pulsa como nunca na UNE!

A HISTÓRIA

O surgimento das Bienais, no início de 1999, tinha sido um grande avanço para a UNE no âmbito de políticas culturais, mas era necessário alçar novos vôos. Era preciso firmar um projeto que desse continuidade a essas iniciativas culturais.
A ideia inicial de um circuito, que gravitaria em torno de centros ou núcleos culturais, nasceu das cabeças de jovens do próprio movimento estudantil.
A proposta foi colocada no papel durante uma assembleia no último dia da 2ª Bienal, em 2001. Era um momento de amadurecimento sobre o movimento cultural da UNE, pois foi constatado que, mais do que atividades regulares de dois em dois anos, era necessário criar algo permanente. Ao final desta atividade surgiu o primeiro núcleo do CUCA.
Os moldes eram semelhantes ao experimento da década de 1960, o importante CPC da UNE. Os artistas do CPC não só utilizavam as instalações do prédio da UNE, como também participavam, por meio da arte, ativamente das pautas políticas defendidas pela entidade.
Então, logo após a 2ª Bienal, em maio do mesmo ano, foi realizado o 1º Seminário do CUCA, responsável pelo estabelecimento de uma coordenação geral do projeto. Surge o “Santa CUCA,” no Centro Acadêmico do curso de medicina da Faculdade Santa Casa, em São Paulo, onde eram realizados shows e pequenos eventos.
Em 2003, o CUCA fechou uma grande parceria com a prefeitura de São Paulo, instalando-se no teatro do Centro Educacional e Esportivo Raul Tabajara, no bairro da Barra Funda. O Espaço CUCA se tornou uma grande referência, abrigando grupos de teatro, rodas de samba e a primeira edição do EIA – Experiência Imersiva Ambiental. Lá, os jovens artistas permaneceram até o ano de 2005, quando foram despejados pela mesma prefeitura. Alguns movimentos de resistência foram realizados, mas o CUCA acabou perdendo a sua casa.
É importante ressaltar que neste ínterim o projeto ganhou corpo com a realização da Caravana Pascoal Carlos Magno, em 2004. Era uma espécie de reedição da UNE Volante, mas, desta vez, eram os artistas ligados ao CUCA que levavam cultura e arte para o imenso Brasil. Por isso, essa atividade possibilitou que estudantes de toda a parte do país conhecessem mais de perto a produção do circuito.
Assim como no CPC, começaram a surgir alguns embriões do CUCA, como o de Campina Grande (PB), Minas Gerais e Pernambuco. Essas atividades, no entanto, ganharam ainda mais corpo quando o CUCA se tornou ponto de cultura, em 2005. Em dez estados, a atuação do CUCA foi potencializada pelo Programa Cultura Viva, do Ministério da Cultura.
Em 2006, durante o 5º Seminário do CUCA se tomou a decisão de transformar o projeto em programa, através da criação do Instituto CUCA. O Instituto foi o principal responsável por articular e fomentar as redes estaduais.
Em 2008, o Instituto CUCA da UNE se tornou Pontão de Cultura. Seu projeto levou o nome de “Roda a Rede” e tinha como objetivo realizar atividades –oficinas e apresentações– nos pontos de cultura nas universidades.